Não se vê o vazio, propriamente dito. O que se enxerga é o pote e, por não haver nada, nadinha lá é que percebemos que é um pote vazio. Pois bem, existem diversas formas de vazio, a despeito das dimensões do pote. O tamanho do vazio é geralmente o mesmo: imenso, gigante. Incomensurável.
Os potinhos geralmente não se dão conta dele, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, tentam preenchê-lo com uma ânsia desesperada. Coloca-se de tudo lá dentro: viagens, quadros, roupas, passeios, encontros, lugares, times, esportes, habilidades, máquinas, carros e toda a sorte de objetos, principalmente os vistosos. E, estranho, o pote nunca fica cheio (nota: há coisas que aumentam o tamanho do nada). Há também os casos em que o interior é deixado de lado (já que nunca fica cheio mesmo), e passa-se a tentar resolver o efeito – a aparência – em detrimento da causa – o vazio. Pinta-se o lado de fora do pote, para disfarçar a falta de conteúdo. Esta tática, no início pode até funcionar; porém, basta chacoalhar o pote para saber que ele (ele mesmo!) está lá. Quanto mais barulho fizer o pote ao ser chacoalhado, maior o tamanho do nada lá dentro. Uma lástima.
E o efeito disto é tão curioso quanto triste: nega-se que há o vazio, como um louco nega sua loucura: a partir do momento em que admitir a existência da causa, está praticamente curado – a não ser que realmente goste da conseqüência. E de fato, (com o perdão do péssimo trocadilho) há loucos pra tudo...
Fanatismos esportivos, físicos, estéticos (adoração pelo lado de fora do pote, que teme exageradamente engordar, envelhecer,...), ânsia por aprovação, pseudo-intelectualismo exacerbado, violência, ganância, ambição excessiva, são algumas formas de manifestação do vazio – a lista é enorme!
A depressão, inúmeras vezes, é uma reação do pote à consciência do vazio. E, quão ardentemente deseja o pote voltar a seu estado de semiconsciência, onde bastava negá-lo e ele desaparecia momentaneamente de seus pensamentos!
Mas ele nunca desaparece de fato, nem nunca é preenchido com qualquer tipo de objetos ou negações, porque o vazio é gigantesco, é enorme. E todos os potes foram confeccionados com este vazio, feito para ser estancado...
Um vazio enorme, gigantesco, do tamanho de Deus.
Os potinhos geralmente não se dão conta dele, ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, tentam preenchê-lo com uma ânsia desesperada. Coloca-se de tudo lá dentro: viagens, quadros, roupas, passeios, encontros, lugares, times, esportes, habilidades, máquinas, carros e toda a sorte de objetos, principalmente os vistosos. E, estranho, o pote nunca fica cheio (nota: há coisas que aumentam o tamanho do nada). Há também os casos em que o interior é deixado de lado (já que nunca fica cheio mesmo), e passa-se a tentar resolver o efeito – a aparência – em detrimento da causa – o vazio. Pinta-se o lado de fora do pote, para disfarçar a falta de conteúdo. Esta tática, no início pode até funcionar; porém, basta chacoalhar o pote para saber que ele (ele mesmo!) está lá. Quanto mais barulho fizer o pote ao ser chacoalhado, maior o tamanho do nada lá dentro. Uma lástima.
E o efeito disto é tão curioso quanto triste: nega-se que há o vazio, como um louco nega sua loucura: a partir do momento em que admitir a existência da causa, está praticamente curado – a não ser que realmente goste da conseqüência. E de fato, (com o perdão do péssimo trocadilho) há loucos pra tudo...
Fanatismos esportivos, físicos, estéticos (adoração pelo lado de fora do pote, que teme exageradamente engordar, envelhecer,...), ânsia por aprovação, pseudo-intelectualismo exacerbado, violência, ganância, ambição excessiva, são algumas formas de manifestação do vazio – a lista é enorme!
A depressão, inúmeras vezes, é uma reação do pote à consciência do vazio. E, quão ardentemente deseja o pote voltar a seu estado de semiconsciência, onde bastava negá-lo e ele desaparecia momentaneamente de seus pensamentos!
Mas ele nunca desaparece de fato, nem nunca é preenchido com qualquer tipo de objetos ou negações, porque o vazio é gigantesco, é enorme. E todos os potes foram confeccionados com este vazio, feito para ser estancado...
Um vazio enorme, gigantesco, do tamanho de Deus.