"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

terça-feira, 22 de julho de 2008

Bruna no País de Alice

Crianças são, em geral, atentas aos detalhes à sua volta. São criaturinhas mágicas, fáceis de encantar com coisas que parecem absurdamente simples aos nossos olhos desgastados. Lembro-me de como era divertido, em São Paulo, brincar com montes de cascalho colorido, como se fossem montes de pedras valiosas... Eu mal podia esperar o fim-de-semana para visitarmos a obra de uma nova igreja que estava sendo construída (meu tio era pastor por lá), pois nesta construção eu podia passar um dia inteiro brincando de qualquer coisa, sem cansar, simplesmente porque aquele lugar, que para os adultos era um lugar sujo e cheio de materiais de construção, para mim e para minha irmã (que tem menos de dois anos a menos que eu), aquilo poderia ser qualquer coisa: uma nova galáxia, um milhão de palácios, um país secreto e particular, enfim, o paraíso. E não era só naquele lugar que víamos tudo isto: era em qualquer lugar, com quase qualquer coisa. Eram tempos em que a felicidade se resumia a existir, cada dia novo era uma nova possibilidade de ser/ fazer tudo o que quiséssemos.
Sorrir como uma criança é um desafio... Não significa sorrir apenas, não se limita a movimentar alguns músculos da face de forma inespontânea, não! É sorrir de dentro pra fora, explicitar a alma ao invés dos dentes, libertar-se da corrida diária e maluca do ter e parecer, e apenas ser...