"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

domingo, 20 de junho de 2010

De batom e pijamas

  Não há um equilíbrio entre “ainda longe” e “perto demais”. Quando se é ainda distante, fica a ansiedade, o querer mais, o desejo de proximidade, de descoberta. O desejo de compartilhar mais do que aquilo que os olhos podem ver, e que os ouvidos podem ouvir. Enquanto não houver contato constante e crescente, não há aquela entrega de alma, tão gostosa. Deixar o humor andar de pijamas, mesmo com gente olhando.
  Andar de salto alto é uma delícia que só a transição da adolescência explica. Andar bonita, sorrir bonito, usar batom. Tirar o salto no final do dia é um prazer adulto. Calçar as pantufas, colocar uma roupa quentinha e não ser coisa nenhuma: desligar o “ser” para apenas “sentir” conforto. Sorrisos branquinhos, brincos pesados, pernas cruzadas, a gente gosta, mas deixa pra amanhã.
  Ninguém é Miss o dia todo, ninguém é modelo a vida inteira, por mais que goste. Não há maquiagem que resista ao banho e, ao que me consta, não se entra de sapatos no chuveiro. Sem contar que dormir de cílios postiços é uma tragédia. Isso serve pra alma também, a gente precisa de descanso. Mas não se anda de pijamas na frente de qualquer um. A gente precisa de um mínimo de intimidade, ou confiança, ou o que quer que usemos como critério na escolha de amigos e amores.
  Só que nem sempre se entra no convívio alheio pronto pra encontrar alguém descabelado. Nem todos querem descobrir que chegaram perto de alguém que parecia sedutor e implacável, mas na verdade era frágil e doce. Querem a alma de prontidão, segurança e olhares sedutores mesmo na hora de dar bom dia. Como assim, pijamas?
  Em algum lugar entre o “longe” e o “perto”, a alma despida é bela, as pantufas são uma bem vinda novidade em um momento em que a proximidade iminente está repleta de descobertas; mas quando elas viram hábito, e no lugar do rímel vem a fragilidade, a euforia se despede: já não tem tanta graça assim.
  As pessoas falam sobre relacionamentos que esfriam. Prefiro dizer que apenas constatei que há um momento em que o longe vira perto demais, quando um dos dois não está pronto pros pijamas alheios. 

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Post colorido e cheio de notas

Nada do que eu pudesse escrever diria tudo o que essa música diz. E hoje eu só queria fazer um Post que enchesse o ar e a mente, que pudesse ser sentido e respirado.