"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Acertando o pé.


Equilíbrio é calma.



Começa nos pés



E
termina na alma.



Haikai, mania de Gina...

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A distância entre nós

Falo de mim. E de mim novamente. É uma quase esquizofrenia, nada prejudicial, exceto pelo “quase”: Tenho ojeriza a “quases”. Namoros que quase dão certo, cursos que quase termino, oportunidades que quase aproveito e que por um tantinho assim, ó, não foram possíveis.

Em um momento onde queria apenas “desexistir” (o texto é meu, “neologiso” o quanto quiser), pensei em escrever e desisti – olha o quase aí novamente. Para fugir dele, é que este texto está saindo.

Deitada. Cansada. Rosto molhado de lágrimas que não deveriam estar ali, afinal são três horas da manhã, e há que se levantar cedo. A razão do choro é o peso das responsabilidades alheias, que parecem ter um ímã que as atrai para os ombros dela, aparentemente de ferro – mas só aparentemente.

Pensa em levantar e se resolver, pensa em como as coisas poderiam ser mais fáceis “se”. E perde-se em pensamentos fantasiosos, efêmeros; fica suspensa entre eles, inerme, alheia à sua situação. Este “se”, ah, é imenso. Representa a exata distância entre dois pontos: a que pensa e a que faz. Pena que não se sabe como atravessá-lo, é íngreme, obscuro, desconhecido. “É” coisas demais!

E, no final, acaba por não ser.

“Entre mim e mim, há vastidões bastantes / para a navegação dos meus desejos afligidos. / (..) / Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza, / só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.“

Cecília Meireles.


(*Texto velho pra caramba que estava na pastinha, me incomodando com sua "quase" publicação. Postei. :)