terça-feira, 26 de agosto de 2008
segunda-feira, 18 de agosto de 2008
A distância entre nós
Falo de mim. E de mim novamente. É uma quase esquizofrenia, nada prejudicial, exceto pelo “quase”: Tenho ojeriza a “quases”. Namoros que quase dão certo, cursos que quase termino, oportunidades que quase aproveito e que por um tantinho assim, ó, não foram possíveis.
Em um momento onde queria apenas “desexistir” (o texto é meu, “neologiso” o quanto quiser), pensei em escrever e desisti – olha o quase aí novamente. Para fugir dele, é que este texto está saindo.
Pensa em levantar e se resolver, pensa em como as coisas poderiam ser mais fáceis “se”. E perde-se em pensamentos fantasiosos, efêmeros; fica suspensa entre eles, inerme, alheia à sua situação. Este “se”, ah, é imenso. Representa a exata distância entre dois pontos: a que pensa e a que faz. Pena que não se sabe como atravessá-lo, é íngreme, obscuro, desconhecido. “É” coisas demais!
E, no final, acaba por não ser.
“Entre mim e mim, há vastidões bastantes / para a navegação dos meus desejos afligidos. / (..) / Mas, nesta aventura do sonho exposto à correnteza, / só recolho o gosto infinito das respostas que não se encontram.“
Cecília Meireles.
(*Texto velho pra caramba que estava na pastinha, me incomodando com sua "quase" publicação. Postei. :)