"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Decisão, poesia incerta...

Houve uma época em que o motivo e a saída de tudo era a poesia. Escrever um poema resolvia o dia, e nada era entendido, a menos que eu escrevesse sobre.
Quando estava triste, mas sem conseguir escrever uma rimazinha sequer, bastava uma brisa pra que as palavras pululassem na minha mente, como que despertas de um sono secular. Uma lufada de ar fresco (especialmente do ar da noite), vinha sempre carregada de desejos e sensações propícios à escrita de um poema.

Perdi o hábito de escrever poemas, mas eles não deixaram de ser a forma mais adequada de expressão para o que, de outra forma, não ousaria externar. Há que se buscar uma certa sutileza para manter a vida passível de ser vivida.

Há um poema que escrevi aos 15 anos que, nem mesmo na época em que foi escrito, foi tão adequado quanto agora.


Decisão

Coração fechado, mente aberta
Analisando uma fria proposta.
O vento traz a palavra certa
E ameniza a dor da ferida exposta.

Decisões a serem tomadas
Sozinha, trazem tormento
Já não penso, nem sei de mais nada:
São outros os meus pensamentos.

Humanos são dor e alegria,
Amam e sabem pensar.
Poeta, é só poesia,
Só canta e se deixa levar...

Decisão, poesia incerta...
Perdoem-me a falta de jeito:
Meio humana, meio poeta,
Não canto e nem penso direito...