"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

sábado, 12 de novembro de 2005

Poesia, amor, vento...

Poesia
Suave melodia
Desabafo silencioso
Alívio doloroso
De uma alma inquieta

Amor
Delírio e dor
Olhar de relance
Longe do alcance
De um intenso poeta

Vento
Vida e momento
Alegria e tristeza
Força e fraqueza
Essência encontrada

Eu
Nada que é meu
Presença inútil
Alegria tão fútil
Não me resta mais nada.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

Nada do que disseste

Nada do que disseste
Altera o meu pensamento:
Jamais uma borboleta
Alterou o curso do vento...

Sei bem não ser possível
Ignorar-me a todo o momento
Ou então deixar de ouvir-me
Se te for minha voz um tormento...

Mas cego estás, se não vês
O quanto destrói-me por dentro
Ignorando as expectativas,

Os sonhos que acalento,
A dor que isto me causa
E o amor, que acaba morrendo.

quinta-feira, 3 de novembro de 2005

Eu continuo aqui...

Eu simplesmente continuo aqui
Movida por meus antigos medos
E por vários outros segredos
Que pra sempre me prendem a ti.

E, se precisas ir embora
Eu vou ter que te deixar partir...
Mas ainda consigo te sentir,
Mesmo não estando aqui agora.

Não me deixe aqui sozinha
Tenho medo de não viver
Sem te ouvir, sem te ter...
Ainda sou uma garotinha.

Não imaginava ser assim
A dor é real e tão forte
Que, ás vezes penso que a morte
Seria o melhor pra mim

Tentei de todo o jeito superar
Achando que, aos poucos iria esquecer
E que a dor fosse enfraquecer
Mas isso é muito pro tempo apagar

Se tuas lágrimas caíssem,
Eu estaria sempre contigo
Com beijos e um ombro amigo
Até que tuas mágoas partissem

Eu estive, por muitos anos
Cuidando do teu coração
Ou então segurando tua mão
E suportando teus tantos enganos...

Sempre soubeste a importância
Da luz que vinha dos olhos teus
E que, nos caminhos dos sonhos meus,
Conduzem agora minha eterna esperança..

Para ouvir tua voz arrisco tudo
Qualquer palavra que ecoe em minha alma
Que me enlouqueça e me deixe calma
É suficiente – mas ficas mudo.

Eu ainda continuo tentando
Convencer-me de que fostes embora
Mas em meu coração, a certeza que mora
É de que, se fostes, acabas voltando

Mesmo que não pareça ser assim
(pois tudo é um disfarce do orgulho e da dor)
continuas a ter todo o meu amor

bem como tudo o que há em mim.

(little brick)

sábado, 22 de outubro de 2005

Se Einstein falou...

"Tendo eu estudado durante toda a minha vida o universo, suas leis, seus mistérios; posso afirmar com plena certeza que é impossível e improvável que tal maravilha não seja obra de um ser de capacidade e inteligência infinitamente superiores a nossa, visto a harmonia e precisão de segundos, milimetros com que o mesmo funciona."
ALBERT EINSTEN

Para mim, essa é a prova científica da existência de Deus .. independente de crenças e religião. Assim Deus seria a "criatura" que sempre existiu e sempre existirá. Para entedermos isso devemos nos desprender de alguns conceitos que temos. Deus seria atemporal. Para ele o tempo não passa .. ele sempre existiu .. logo não existe ontem .. nem amanhã.Agora pense no seguinte: porque a Terra orbita? Por estar atraída pela força gravtacional do Sol. E por que o sol orbita? Por influência da força gravitacional de estrelas ainda maiores. E seguindo nessa linha de raciocinio, pq o universo se movimenta? o q impulsiona o universo? o q poderia ser maior q o universo? outro universo? e por tras deste outro? o q haveria no final da cadeia? Deus. Ao meu ver Deus estaria imóvel, impulsionando o universo e dando fim a essa cadeia.

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Eu não pretendia postar textos que não fossem originais (meus), mas este realmente merece um espaço, pois ele simplesmente diz tudo o que penso, de uma maneira clara e objetiva. Surgiu em uma discussão, e foram escritas por um menino muito inteligente, que em poucas linhas, disse tudo o que havia para ser dito. Não entendo como (e nem porquê) tanta gente fecha a cabeça e recusa-se a acreditar na existência de alguém maior. Einstein, um dos maiores gênios da humanidade, acreditava veementemente na existência Dele. Quem não quiser acreditar em mim, que então acredite no homem que descobriu a teoria geral da relatividade.

terça-feira, 11 de outubro de 2005

No Angel

Inconsciente, sob a lua
Na noite gelada
Ao teu lado na rua
Não lembro de nada...
Alheia a tudo
E de tudo esquecida
Anjo cego, anjo mudo,
De asas caídas
Mensageiro da dor
E da desilusão
Feri teu amor
E o teu coração
Não sou anjo nem flor:
Fria pedra do chão.
Feri teu amor,
Não mereço perdão.

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Chegou a hora de assoprar a velinha

Chegou a hora de assoprar a velinha, vamos cantar aquela musiquinha...Oba, mais um aniversário (ironia açucarônica), mais um aninho de vida, mais bolo, presentes cada vez mais "de gente grande". Sem falar naquela encheção básica e corriqueira, de gente mais velha fazendo questão de te lembrar que tu também envelheces, algumas com descarado e altíssimo nível “ofídico”, outras mais discretas (dissimuladas) e enrustidas (enrustimento, este, que desaparece gradativamente com o tempo), mais, afinal, à parte as dissimulações, o “veleno”* é o mesmo...
Tudo bem, foi exagerada a maldade de minha parte, aniversário tem seu lado bom (que compensa os outros). Amigos que não te esquecem (finge que eu não sei que o orkut mostra os próximos anívers), sorrisos, abraços, piadinhas carinhosas sobre minha maioridade, cartões (AMO CARTÕES!!!), cartinhas, e-mails, recadinhos no orkut, cachorro-quente (AMO CACHORRO-QUENTE!!!) na refreskata, de manhã e de noite (aqueles ao metro), com sorvete depois (por favor, não façam mais aquela piadinha da “perna-oca”, porque não tem mais graça). Esse ano tive direito até a “parabéns”, cantado no fundão do Santa Lúcia, na volta da UCS. Se sentir amada pelas pessoas que se ama, não tem preço (sem alusões ao comercial, please)...
Mas o melhor de tudo é repensar e rever o ano que passou, e perceber que os antigos amigos, aqueles do peito, que sempre estiveram por perto, continuam, de um jeito ou de outro. Perceber que os amigos novos, se não preenchem o espaço deixado pelos antigos (porque isso seria impossível), ao menos ocupam um novo espaço, o que nos conforta e ajuda a aceitar que a vida segue, mesmo que, muitas vezes, não seja possível rever aquelas pessoas queridas que acabam ficando pra trás, deixando aquela saudade, dolorida mas alegre pelo tempo passado juntos...Também é bom sentir que mais uma fase da vida passou, e que, se não foi plenamente vivida, ao menos deixou lições para a próxima. Não tenho medo de que o tempo passe, pois sinto que cada fase da vida tem seus encantos e aprendizados, e que não vale a pena perder um precioso tempo de aprendizados, querendo ser o que já não se é e não se pode mais ser, pois evoluímos com o tempo. É como tentar voltar a ser uma ameba, depois de milhares de anos de evolução – se bem que tem gente que, se não consegue, pelo menos chega bem perto...
Mas olha eu aqui já viajando, bem longe de onde eu saí (comecei falando de aniversário, e acabei falando de amebas – de duas pernas ou não). Melhor parar, antes que comecem a achar que eu ando fumando maconha e agora, já com idade pra ser presa, mais cuidado ainda...


* Veneno, pra quem não captou.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Jardins

Minha vida está dividida
Em dois jardins separados
O da morte e o da vida
O da alegria e o do enfado

No jardim das minhas fraquezas
Cada flor é uma tristeza
E cada lágrima uma semente
Lançada à terra ainda quente,
Logo após profunda dor.

Nesse jardim não vejo cor
Apenas observo o vento
Transformar meu fraco lamento
Em versos soltos ao léo
Capturados e presos em uma folha de papel.

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Hoje não.

Opa, hoje não...
Qual o limite entre ser tudo e não ter nada?
Até quando é possível ocultar o que se é e o que se tenta parecer, para não precisar admitir o quanto somos fracos, vulneráveis e completamente normais?
Não, não muito tempo. E hoje é o dia. Sim, chega de fingir, mentir, esconder e agredir para proteger o seu segredo, que de segredo, há muito não tem nada.
Finalmente! Ela acordou e decidiu ser, buscar e agir, parou de existir e encenar e...Nossa! Quanto infinitivo. Isso me lembra uma música, dos tempos felizes dela: “Infinitivamente pessoal, eu querendo (...) aprender o total do querer que há e do que não há em mim”...E por falar em “tempos felizes”, quando foi mesmo que eles acabaram? Ah, por que ela se esforça tanto para não ouvir a resposta? A verdade é que eles nunca existiram...
Mas eu consigo sentir a mudança. Ela está dizendo alguma coisa, mas eu não consigo ouvi-la porque a música está muito alta. Infelizmente é o único jeito verdadeiro de falar sobre ela: estourando os meus tímpanos, pois se eu os desse a ela, acabaria ouvindo o que ela tem a dizer, e pior: acreditando.
Já chega de dar ouvidos ao que ela tem a dizer, já passou da hora de tirá-la do controle, pois ninguém é mais descontrolada do que ela, e, afinal de contas, eu precisava fazer alguma coisa, principalmente por mim.

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Ela acorda e abre os olhos...

...não sem antes pensar que nada neste dia o fará ser diferente de todos os outros. Não sente vontade alguma de levantar da cama, ainda mais sem motivo algum para ser e existir, no que ela costuma chamar de “selva”.
Ela é morena, razoavelmente alta e dona de olhos castanhos, cuja cor, apesar de comum, esconde algo que ela tenta decifrar diariamente em frente ao espelho, numa constante busca por algo que a torne diferente a seus próprios olhos. Não acredita quando outros dizem que é bonita, mas ainda assim não desiste de observar o espelho, na procura por sabe-se-lá-o-quê...
Levanta para lavar o rosto, e, mesmo quando sem fome, dirigir-se à cozinha para tomar café da manhã. Detesta rotinas, mas vive presa a elas; mesmo quando se vê livre, acaba inconscientemente tentando repeti-las, talvez por serem tudo que resta do tempo em que sorria livremente.
-Ótimo, quem está aí? – pergunta ela ao deparar-se com a porta do banheiro trancada, irritada sem saber o porquê. O motivo da irritação é simples: uma mínima quebra da teia que envolve seu dia e rege sua vida são capazes de desencadear uma reação exageradamente ríspida e mal-humorada, capaz de estender-se o dia todo. Ela é bastante conhecida por seu mau humor e inconstância, porém, recusa-se a admitir isto para si mesma. Absolutamente normal...
-Já estou saindo! –responde a voz do lado de dentro do banheiro. – Acordou para fora da coberta, foi?
Ela não responde, simplesmente ignora aquela pequena quebra do seu ritmo diário, e tenta prosseguir livremente seu dia, como se nada houvesse ocorrido.
Ela lê enquanto toma café, e quase sempre passa do horário pré-determinado para vestir-se e sair, mas quase nunca se atrasa. Levanta-se vagarosamente, como se isso pudesse retardar seu ingresso na “corrida de ratos” (leia-se: trabalho).
Ela abre a porta, sente o vento frio em seu nariz e volta para pegar um casaco. Ela está de calça preta esportiva, tênis e jaqueta de moletom, e seu casaco não tem absolutamente nada a ver com sua roupa, mas e daí? Ela já não tem mais vontade alguma de vestir-se bem e chamar atenção, como antes gostava de fazer, do contrário: quanto menos gente notar sua presença por onde ela passar, melhor ela se sentirá.
Também no ônibus ela lê, pois ainda não inventaram melhor fuga da realidade (excetuando-se, obviamente, o sono), e isso é tudo o que ela necessita para proteger-se.
E assim segue seu dia, de preferência sem quebras e sobressaltos, pois depois da aula ela ainda precisa voltar para casa e ter forças para ir deitar-se sem pensar em como começará o dia amanhã, pois, como o dia anterior, nada o diferenciará de todos os outros...(será?...)

sábado, 10 de setembro de 2005

Ontem (só mais um detalhe...)

Tá, bom, eu sei. Não, não precisa falar denovo, nem fazer essa cara de quem está tentando ensinar o cachorro a fazer xixi no lugar certo. Você venceu, não precisa me lembrar de que só tenho dezessete (e portanto, não entendo nada de nada) e que estou sendo injusta, pedindo que me escute quando digo que não estou satisfeita com a minha vida. É claro, você está certíssimo, o fato de você fazer parte dela não significa nada, é exatamente como você disse: só um detalhe. Falando em detalhes, já te falei da minha adoração por eles? Ah, esqueci, isso não te interessa nem um pouco, bem como todo o resto das coisas que eu digo...são muito pequenas e insignificantes diante de um universo tão imenso e importante quanto o teu. Não importa que eu já não agüente mais fazer as mesmas coisas, nos mesmos horários, vendo as mesmas pessoas, contanto que eu continue aqui. Mas mesmo que não escute, vou falar: cansei. Cansei mesmo. E de vez. Como assim do quê? Não estava prestando atenção no que eu disse? Não.
Sabe do que eu sinto falta? De poder dizer “sim” a um convite doido, inesperado, no meio da noite de sábado, sem precisar me importar com mais nada. De, no caminho, olhar pra cima e ver estrelas, sentindo o vento frio da noite bater no meu rosto, tentando decidir se realmente estou ou não com frio. De ouvir a opinião sincera de um amigo sobre uma determinada cor ou tipo de roupa, ao invés do habitual “tanto faz”. E sinto falta de ser ouvida, de elogios, de beijos por gosto (não por obrigação), de liberdade musical, de alguém concordar comigo. Mas tudo isso não importa, porque hoje você está muito cansado para ouvir esse monte de besteiras que eu estou te falando, não é? Afinal, são besteiras, só detalhes. Tudo bem, eu entendo. Mas amanhã talvez eu já não queira mais falar. Talvez eu já não esteja mais interessada em tentar reparar coisa alguma...

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Detalhes, detalhes...

É impressionante como as pequenas coisas, que, aos olhos masculinos são tão insignificantes, alteram tão bruscamente o universo feminino. Por exemplo: Quando o cabelo acorda desarrumado, ficamos completamente horríveis, não conseguimos sequer escolher uma roupa, parece que o dia inteiro desaba. Em contrapartida, logo depois de uma escova “power”, até andamos diferente na rua, como se estivéssemos prontas para deixar o mundo cair a nossos pés. Exagero? Não é, não. Mesmo um pequeno corte de cabelo, nem que sejam só as pontinhas, faz toda a diferença. Nada mais natural que achemos que “tamanha diferença” seja notada por todos, principalmente pelas pessoas que nos rodeiam, inclusive os cruéis, insensíveis e ingratos homens, que, aliás, nunca reparam nos pequenos detalhes (inclua-se aí: roupas, sapatos, brincos, cores, enfim, tudo o que seja fundamental para o nosso bom humor). [Só um pequeno aparte para não ser injusta: eu conheço, sim, um homem (um único homem) que tem a incrível (nos homens isto pode ser considerado um prodígio) capacidade de notar os pequenos detalhes. E é o único.] E ainda por cima acham ridiculamente injusto o fato de ficarmos iradas com isso! Tudo bem, a culpa é nossa mesmo. Quem manda exigirmos tanto deles? Temos que aprender a nos conformar com o fato de que nem todos têm nossa incrível e admirável capacidade de fazer as coisas grandes sem desprezar as pequenas...