"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

O desejo de [não] dizer

Toda a palavra escrita é fruto de um desejo. Desejo de companhia, de expressão, de notoriedade. Em frases tristes, há uma necessidade de compreensão, de justificação. Ou de salvamento. Na publicidade, desejo de indução, de formação de opinião, de convencimento. Há palavras escritas com desejo de resposta. Outras, com o de solidão.
Por que falo sobre escrita e sobre desejo? Pelo fato de que um texto que iniciasse com desejos explícitos de maneira clara não poderia ir muito longe. É o nosso papel fazer-nos entender ao longo do texto. 
O que eu queria, ao escrever este texto, era ir muito além do alcance das palavras. Ir além do alcance do tempo, e permitir que meu desejo fosse conhecido mesmo depois de expressado e esquecido. Superar o espaço e encontrar, em determinado ponto do planeta, a causa da movimentação da minha alma e de seus quereres e dos meus dedos, quando escrevem.
É uma vontade de dizer sem dizer, de querer estar perto, de ser entendida sem precisar ser clara. É vontade de vida, de poesia, de compartilhar o que há tempos já não existe.
No final das contas, é um querer fazer saber o quanto alguém é importante. É a vontade de satisfazer um pequeno desejo do objeto dos meus.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Primeiras trocas

          Sábado, aula de italiano. Surgem inevitáveis perguntas sobre o concurso (perguntas que, aliás, muito me alegro em responder).
          Em lugar do despojo (ok, desleixo) habitual dos sábados pela manhã (ok, de todas as manhãs - e de algumas tardes também), vestes adequadas, maquiagem condizente e cabelos escovados. E o mais surpreendente: botas de salto alto. Onde estão os tênis? "Posso ver que já assumiste a postura do concurso: já estás vestida de acordo". Claro, digo eu. E penso: "Agora é hora de ser adulta".
          Guardei os tênis - antes, sempre soltos pelo quarto, à mão - em uma gaveta de calçados. Antes de deixá-los, olho para eles com a ternura de quem contempla parte de si. Eles diziam tanto sobre mim!
          Depois dessa nossa última conversa silenciosa, fecho a gaveta com um suspiro. Deixei naquela gaveta muitas coisas sobre mim, coisas que não condizem com o grande momento que se aproxima. Para trás, deixo tudo aquilo que contraria o que construí e busquei, para que um sonho, o de viver algo maior que eu, se realize. 


          Guardei na gaveta os tênis, meu desleixo, minhas incertezas e inseguranças. Em troca, ganhei a leveza no meu sorriso. 
Leveza... Adjetivo perfeito para quem tem um longo e brilhante caminho pela frente. 


Escrito em 08/06/2009

sábado, 17 de outubro de 2009

Conversa em branco

Queria muito que a distância não houvesse, que a internet ou a falta dela não me limitasse. Mas penso que isto é o que vai acabar salvando tudo.
Queria também, não ter a cabeça cheia de idéias e a alma de desejos, não ter tantas alternativas e possibilidades, não ter nada além de uma única saída. Não ter que pensar sobre as minhas escolhas, uma vez que elas estivessem feitas.
Não ser tão complicada e tão reativa. Não ficar insegura quando algo se modifica ou desaparece. Não precisar tanto de coisas nunca tive.
E nem sei se terei.
Queria ser mais adulta, e não ser tão adulta assim.
Queria correr pro final da história, e descobrir o fim.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Feliz dia do Encorajador!

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes".

(Rubem Alves)

Um feliz dia a todos os educadores. Que a alma de Rubem Alves esteja conosco - sim, também eu me coloco neste desejo de sabedoria. Porque, ainda que não seja como professora diplomada, uma vez que mudei o rumo da minha vida e troquei espero viver por toda a minha vida como um "anjo engravidante"*, a semear o desejo, a curiosidade e a descoberta.
Que tenhamos eternamente a vontade de incentivar a auto-construção, na mesma medida em que a desejamos e buscamos para nós mesmos.


* (Rubem Alves, "Entre a Ciência e a Sapiência".  Editora: Loyola, 2002)

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CDF.. Só se o "F" for de feliz


   Algumas vezes já me perguntaram qual o "segredo" para ir sempre ir bem na faculdade, o "truque" das minhas boas notas (a maioria, pais e mães). Impossível não recorrer ao óbvio - estudo e dedicação. O principal de tudo é querer aprender, encarar cada trabalho e tudo o mais o que acontece na vida (dentro e fora do campus) como fonte de aprendizado e crescimento e nunca dar-se por satisfeito com a nota média, jamais se conformar em ser mais um. Em tom de brincadeira digo que "sobreviver" ao final do semestre é para os fracos. 
    Pensando sobre o assunto percebi que, além da fórmula conhecida, o macete principal tem sido respeitar a mim mesma: minha alma, meus desejos e capacidade física e mental. Sou do tipo de pessoa que necessita de ambiente visual para ser feliz. Nem o melhor trabalho do mundo poderia me satisfazer plenamente se eu tivesse que passar todos os dias, o dia todo, em uma sala escura e fechada. 
   Se há algo que me tenha feito falta, nos anos em que estive em outra instituição de ensino, foi o campus. A estrutura da UCS (por mais que pudesse ser melhor em muitos aspectos, em especial, tecnologia) não tem comparação em termos de espaços e arquitetura.
   É de pequenos momentos que minha vida universitária é feita. Além do meu amor pelo conhecimento em si, que me move e motiva a participar das aulas com mais vontade do que é comum à maioria dos estudantes universitários da minha faixa etária, são os momentos agradáveis e o contato com a natureza antes e depois de cada aula que permitem que eu tenha vontade e disposição para enfrentar até três aulas seguidas.
   Entre uma aula e outra, tomar um café em um dos diversos bares e cafeterias da UCS, em companhia dos melhores [futuros] jornalistas e publicitários que já conheci, ou então circular, entre um bloco e outro. Sentar na grama, nas cercanias do CETEL ou realizar nossa histórica "farofada" semestral entre a biblioteca e os fundos do centro de convivência, ao lado de um dos laguinhos (repleto de tartaruguinhas) da UCS. Ler um bom livro ao na escada ao lado da cascatinha do centro cívico. 


Não é a escalada em si. São os morangos do caminho. 
Igualmente óbvio, mas este é o segredo. 

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O Outono e Eu.


Fotos: Bruna Scopel Moreira

Canção de outono

O outono toca realejo
No pátio da minha vida.
Velha canção, sempre a mesma,
Sob a vidraça descida...

Tristeza? Encanto? Desejo?
Como é possível sabê-lo?
Um gozo incerto e dorido
de carícia a contrapelo...

Partir, ó alma, que dizes?
Colher as horas, em suma...
mas os caminhos do Outono
Vão dar em parte alguma!


Mario Quintana
(1906-1994)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Entre ver e olhar

A Fotografia é uma coisa mágica. Eu sentia uma vontade doida de pintar meus pensamentos com todas as cores do mundo, mas faltava-me o talento para as artes plásticas. Eu recorria à escrita, que me permitia retratar descritivamente as cores da minha alma. 
Ainda assim, faltava a arte de dizer aos olhos, faltava a cor, a luz e a imagem, onde a palavra é implícita. 
A fotografia, de certa forma, supriu esta necessidade de comunicar, que a escrita, por si só já não era capaz de sanar. Faltava-me o verso sem som, faltava a poesia escondida, interpretada de forma diferente a cada olhar. Faltava a sensação de capturar e preservar jardins eternamente. 
Dentre tantas coisas que podem ser ditas a seu respeito, gosto do fato de a fotografia lançar um olhar atento ao que geralmente, a gente olha, mas não vê. Estas árvores da foto, por exemplo, estão situadas no coração do campus da Universidade de Caxias do Sul, mas garanto que nenhum aluno seria capaz de identificá-las. É um local de fluxo intenso, onde as pessoas passam, apressadas, e possivelmente nunca olham para cima. Eu mesma, não me lembro de tê-las percebido antes do dia em que tirei esta foto.
Há uma frase de Mário Quintana, que diz que "O que mata um jardim não é o abandono. O que mata um jardim é esse olhar de quem por ele passa indiferente."
Aprender fotografia, mesmo que minimamente, resgatou muito mais jardins do que as palavras que uso neste momento poderiam explicitar. 
Libertou-me a alma para expressar em cores, ensinou-me a fazer poesia com a luz e, o principal: treinou-me o olhar para que nunca mais os jardins da vida me sejam indiferentes. 

sábado, 5 de setembro de 2009

Ciclos de Outono





Afinal...
quem está pronto pra cair?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Importa "como" falar

A internet nos permite dois prazeres paradoxos: o de estar só e acompanhado ao mesmo tempo. Ferramentas como o twitter, por exemplo, facilitaram a expressão de sentimentos, sensações e pensamentos, dando a impressão de que haverá alguém pra nos ouvir, a qualquer hora.
Com isto, as pessoas têm extravasado exatamente aquilo que estão pensando, sentindo e fazendo, mas sem ponderar sobre o assunto, ou sobre a forma de explicitá-lo. Nos deparamos então com manifestações como "bom-dia", "indo pro banho", "cansada, vou dormir", "nada na geladeira", "boa-noite".
Não pretendo entrar na questão da relevância da informação, porque as pessoas não tem a obrigação de nos divertir ou informar a cada mínimo tweet - aí entra a máxima: "Não gostou? Clica em unfolow".
Mas sustento a opinião de que um mínimo de pensamento sobre o assunto, antes de postá-lo é vital. Isto inclusive satisfaz de forma mais eficaz o desejo enorme de comunicar que grande parte dos usuários de blogs tem. Nos proporciona satisfação com o nível da nossa comunicação.
Moral da história: Não importa saber quem entrou no banho ou foi comprar pão. Quando um ato corriqueiro do dia-a-dia gera um sentimento ou pensamento que, por sua vez, dá origem a uma manifestação verbal, aí sim importa. Mesmo que não seja necessariamente divertido, sutil ou profundo, tenho a certeza de que será mais significativo.

Os followers (e a blogosfera em geral) agradecem.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Pocoyo!

Um dos meus pequenos prazeres é assistir a um desenho chamado Pocoyo. Não sei bem que resistente resquício de infância transformou esta animação, feita pra um público de três ou quatro anos, em uma diversão de gente grande. O fato é que é tão gostoso quanto assistir um seriado bom.

Ele é simples, com personagens coloridos em um fundo branco. Infantil, mas não "idiota" (como eram os telettubies, que eu considerava um programa deseducativo). O Pocoyo é um menininho (fofo!), que aprende coisas a cada episódio, e que fala todas as palavras direitinho. Voluntarioso, pra entender algumas coisas, precisa da ajuda do narrador e dos "amiguinhos", os quais só conhecemos as vozes. Tem outros personagens - a cachorrinha Loula, a Elefante Elly, o pássaro Sonequita, e o Pato. Adoro até a trilha sonora, que é uma gracinha.
Quando nos damos conta, estamos respondendo às perguntas do narrador e conversando com os personagens - quando não imitando o Pocoyo.

Todas as pessoas até hoje, que conheceram Pocoyo (e que eu tenha presenciado), não só gostaram, como viciaram. Uma pena que, em português do Brasil, só hajam três episódios no Youtube. Um deles aqui.
Enjoy it!

[Update] E é possível assistir Pocoyo todas as madrugadas, no Omedicast. Bem lembrado, André Maltempi.

O essencial é invisível aos olhos

O valor das coisas está no valor que podemos atribuir a elas. Uma casa pode não ser só uma casa, ela pode ser a lembrança de um dia de sol, de um arco-íris, de brincadeiras, de banhos de chuva. Uma foto pode ser mais do que uma imagem: tudo depende de que tipo de pensamentos ela pode evocar, que cena ela retrata, e qual a importância deste momento pra alguém.
Essa manga retratada na foto tem muita história. A história da foto, no qual foi baseada sua releitura; a história da viagem que fiz para conseguir a foto (e de tudo o que aconteceu neste percurso), a história da decisão em fazê-la, a história dela mesma, dos momentos que passei com ela. As sensações que ela evoca, as imagens, pensamentos e pessoas, tudo isto tem um valor muito grande em significado que eu espero, um dia, poder transmitir com a amplitude de alma que ela merece.

(título: frase de Antoine de Saint-Èxupery)

Gigante

Engraçado, as crises da nossa vida vão nos dando forma e nos definindo. Mas a cada uma delas, a sensação é de que nos perdemos e perdemos nossa essência. Cada momento difícil traz uma série de aprendizados e mudanças - nem sempre conscientes e raramente solicitados.
Mas a gente cresce, a gente evolui. E, depois que passa, fica pronto para a vida, pronto para novas batalhas. Pronto para usar tudo aquilo que aprendemos, na conquista de novos espaços.

***

O problema é que, de tanto crescer, ela virou um gigante. Um gigante grande e desajustado, que procurou espaço toda a vida, esperando o momento certo de buscar e assumir o espaço final, tão querido e sonhado, para o qual tratou de aprender e crescer tanto quanto pode.

Acho que não vai caber em lugar algum, de tanto que cresceu com a perda deste espaço.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Pensando

Que às vezes dá medo de sonhar tão alto, de fingir que o mundo é sincero. De acreditar nos valores dos seres humanos (nos valores pregados pelos seres humanos, não nos praticados).
Será que depositar sonhos de toda uma vida em mãos alheias é realmente uma boa idéia? Será que eu não deveria guardá-los pra mim, e mantê-los como uma eterna possibilidade, um eterno sonho?
Eu escolho duvidar do que ouço, e acreditar no que sinto.
Só espero que, tão alto quanto meu sonho, não seja a queda.
Que, tão certa quanto minha capacidade, formatada por toda uma vida, seja a chance sem méritos de outra pessoa.
Texto cinza, para tentar fazer um contraponto ao meu humor para permanecer próxima do chão.
Mas é tão difícil! O mundo tão está lindo, colorido, e pleno, que dá vontade de não passar destes dias nunca mais. Dá vontade de nunca mais desacreditar das coisas boas.
E de agradecer a cada um que passa por mim, tamanha é a minha felicidade.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Aqui pra você, Auto-crítica!

A necessidade de expressão é algo muito presente em mim. É algo que sinto, mas que talvez nunca viva plenamente, porque a necessidade que tenho de me expressar é diretamente proporcional à impossibilidade de fazê-lo.

O motivo? A auto-crítica.

Por mais necessária que seja, por mais falta que faça em quem não a tem, tê-la em excesso é complicadíssimo. Impede que textos sejam postados, idéias sejam expressadas e situações deixem de ser vividas.
Por exemplo: pra que este texto saia, preciso fechar os olhos para a obviedade da situação que descrevo agora. Digo que a auto-crítica é necessária, mas que seu excesso é prejudicial. Com isto, culminaria em um ponto do texto onde eu diria que a chave está no equilíbrio, entre a falta e o excesso. "Excessivamente óbvio para ser postado", diria Dona Auto-crítica.

Eu gostaria muito que minha auto-crítica tivesse forma, olhos e uma expressão ridiculamente severa, pra que eu pudesse chegar bem pertinho, olhar nos seus olhos, encher os pulmões de ar e dizer um sonoro "E daí?"

Oras.

(E sem revisão, só pra ela ver quem manda aqui.)

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Feliz todos os dias (e não só hoje!)

"Olá Garotas" (by Bruna Foca)!

Quantas coisas tem acontecido conosco nos últimos dias, não é mesmo?
Um monte de sensações novas, diferentes; lugares, pessoas, histórias e oportunidades de crescimento, coisas que temos vivido e conhecido neste tempo.
E quantas risadas, não? Quantas alegrias, quantas correrias, quantos truques (pra não quebrar unha, pra não doer pé, pra não sair maquiagem), quanta ajuda, quanto aprendizado, quanto suporte, quantos sonhos...

Estivemos juntas até aqui, às vezes nos vendo mais do que à nossa família, especialmente nos finais de semana. E este brotinho de amizade e esta união linda que está crescendo a olhos vistos entre nós tem sido fundamental pra que os dias tenham sido tão "coloridinhos" e tão cheios de vida!
Estamos nos conhecendo melhor a cada dia e, a cada encontro, me sinto mais e mais privilegiada por estar vivendo este momento e especialmente, pela oportunidade de conhecê-las.
Sabem que às vezes, tive vontade de perguntar no meio de uma conversa, "Onde tu estavas todos estes anos, que eu não te conheci antes?" :]

Quero que saibam que, como grupo, vocês são tudo o que pedi a Deus, durante os meses que antecederam o concurso.
Como pessoas, são muito mais do que eu poderia pensar em pedir!
Conquistar a amizade de vocês, dia após dia, tem sido um privilégio, uma dádiva, que espero poder retribuir de coração.
Tenho orgulho de fazer parte deste grupo que se apóia, que se conhece melhor a cada dia, e que é formado por gente que vale muito!

Desejo a todas nós muito sucesso! Que Deus permita que tenhamos a oportunidade de aprimorar os sentimentos que existem entre nós, para que permaneçamos ligadas de coração por muitos e muitos anos!
Que nós continuemos a nos encontrar sempre, e que possamos comer juntas todos os salsichões com pão a que temos direito! Hehehe...

Que quebremos muitos recordes ainda, que a nossa (sim é NOSSA, garotas, e niguém tira!) edição da Festa seja a melhor, mais linda, mais TUDO de bom que as outras (o que vai dar trabalho)!
Que o nosso grupo surpreenda ainda mais a todos pela união, pela amizade e pelo engajamento, e que fiquemos na história como o melhor grupo de embaixatrizes de todos os tempos!!

Amo vocês!

PS: Sim, tudo isso era pra dizer Feliz dia do Amigo. Mas tinha sentimentos aqui pra mais uns dez e-mails desse tamanho!"


(Optei por postar, porque considero que a homenagem é merecida.)

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Afiando o Cálamo...

Paviani retratou tão deliciosamente a diferença entre Memória e Lembrança, que me convenceu a dar vida ao "Diário de Candidata". Palavras, sempre elas...

Mas o que quero retratar aqui é diferente do que se esperaria de um diário. Quero registrar o que realmente é necessário ser guardado - sob pena de evaporar-se dos baús da memória: as sensações, os sentimentos, os sabores; a doçura destas dias tão especiais, que tem imprimido um colorido tão novo, tão diferente à minha alma. Quero pintar estas cores da forma como aprendi a fazê-lo - com a escrita - para guardá-las para sempre no estado exato em me impeliram a expressá-las.

Tenho a certeza de que, a cada vez que eu os reler, viverei novamente as sensações destes dias, assim como ver uma fotografia antiga nos faz viver denovo momentos que já foram.
Afinal, não seriam as palavras - a exemplo da fotografia, que retrata imagens - um retrato da alma no exato instante em que são escritas?

sexta-feira, 27 de março de 2009

Pessoas I - Túmulos

Pessoas. Elas me fascinam, porque são incógnitas: são como caixinhas fechadas. Extrair seu conteúdo real pode ser fácil, difícil ou impossível; às vezes, pode levar um tempão.
Pessoas desiludem. A gente encontra conhece e convive com elas, e quando vai olhar dentro, descobre que não tem nada lá, ou pior: o que a gente encontra nelas é feio e triste. Aí, mesmo que a parte de fora seja absolutamente linda, a gente começa a olhar diferente, começa a perceber no exterior traços da feiúra interna, e o que era bonito, derrepente fica feio, sem graça. Dá pena.
A maioria das pessoas é assim, chega a dar medo de sair por aí abrindo caixinhas... Tenho passado meus dias em meio a estas criaturas, que são como túmulos: por fora, paredes brancas de caiação, por dentro, cadáveres em decomposição.


"And I've been smiled for them for the past last months. But what I really wanted was to cry. Sad, sad."

quinta-feira, 12 de março de 2009

Nem tão óbvio assim.

Uma das características mais marcantes de um mau-dia é que ele parece não terminar nunca. Um mau-dia é feito de várias coisas (fatos e fatores), dispostos ao longo do dia de forma totalmente caótica.

Caos?

Atraso. Café frio. Sapatos desaparecidos, roupas amarrotadas. Mau-humor. Bolsas pesadas, ônibus perdidos, trabalho. Mais mau-humor.

Incoerências, relatórios que não funcionam, planilhas pouco intuitivas, desordem. Conversas improdutivas, gente que não te entende, gente que não entende de coisa nenhuma. Mentiras.

Cansaço, correrias, táxi-lotação errado, mais atrasos. Esperas intermináveis na porta da sala, matéria perdida, eu perdida.

Ônibus que não chega nunca, frio que sempre chega quando menos esperamos. Salto alto e dor no pé. Dor de cabeça.

Outro ônibus que não chega, fumaça de churrasquinho, fumantes que não pedem licença pra fumar em cima da gente e ainda soltam a fumaça assim ó, bem na nossa cara. Pensamentos inoportunos.

Pensamentos insistentes e inoportunos. Decisões incertas, Amores que crescem separados, indecisões e remorsos protelados. Culpa. Outro fumante.

Caminho de volta, bolsas, sacolas, pensamento lento, conversas interessantes.

Coisas pra fazer, dor de cabeça, carboidratos tardios. Preocupações antecipadas.

E, o pior de tudo, a certeza de que recomeça tudo amanhã.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Uma forma musical de explicitar...

         Nunca dei bola pra "desafios entre blogs", detesto correntes virtuais de qualquer tipo. Essa mania de "passe adiante", os famosos "memes", como são chamados na blogosfera raramente parecem que darão um "caldo", literariamente falando.
Mas tenho uma implicância especial com os "memes" para eleger os melhores blogs: neste caso não vale conteúdo, valem os contatos. Tenho muitos blogs maravilhosos nos feeds (caso do riozebratubo.wordpress e do paradoxium.blogspot) que não brincam de rede social com seus blogs e, portanto, jamais seriam indicados pra este tipo de competição. Uma injustiça.

Meus "blablás" pseudo-intelectualistas-mau-humorados à parte, encontrei um interessante no "Dália Rosada", e penso que este possa ser significativo em termos de expressividade. Vou fazê-lo até mesmo porque, ninguém me indicou e eu não irei indicar a ninguém, logo, não é mais corrente. :D

1-Colocar uma foto individual
2-Escolher um artista ou banda preferido
3-Responder as questões com os títulos das canções do artista escolhido.
4-Escolher 4 pessoas para passar o desafio. - Há!



1. Foto:



2. Avril Lavigne (Trilha sonora do meu Ensino Médio. Em termos de diversidade dos títulos, penso que vá facilitar minha vida).


3. Respostas:


És homem ou mulher?
One of those girls

Descreve-te:
Anything But Ordinary

O que as pessoas pensam de ti?
Complicated :)

Como descreves teu último relacionamento?
Tantas possibilidades... Deixem-me ver.
He wasn't - pelo título.
My Happy Ending - pela letra.

Descreve o estado atual de tua relação:
I can do better

Onde querias estar agora?
Knocking on a Heavens Door ;)

O que pensou a respeito do Amor?
Things I'll Never say

Como é a tua vida?
The best damn thing o/

O que pediria se pudesse ter um só desejo?
I always get what I want - Há!
Eternity (but I already have it ;)

Escreva uma frase sóbria:
(I'm not) Nobody's fool.




Expressão é a Intenção. E pontoponto. :)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A grande questão

A questão das questões...
E enquanto eu não resolvo, vácuo aqui.
: )

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Decisão, poesia incerta...

Houve uma época em que o motivo e a saída de tudo era a poesia. Escrever um poema resolvia o dia, e nada era entendido, a menos que eu escrevesse sobre.
Quando estava triste, mas sem conseguir escrever uma rimazinha sequer, bastava uma brisa pra que as palavras pululassem na minha mente, como que despertas de um sono secular. Uma lufada de ar fresco (especialmente do ar da noite), vinha sempre carregada de desejos e sensações propícios à escrita de um poema.

Perdi o hábito de escrever poemas, mas eles não deixaram de ser a forma mais adequada de expressão para o que, de outra forma, não ousaria externar. Há que se buscar uma certa sutileza para manter a vida passível de ser vivida.

Há um poema que escrevi aos 15 anos que, nem mesmo na época em que foi escrito, foi tão adequado quanto agora.


Decisão

Coração fechado, mente aberta
Analisando uma fria proposta.
O vento traz a palavra certa
E ameniza a dor da ferida exposta.

Decisões a serem tomadas
Sozinha, trazem tormento
Já não penso, nem sei de mais nada:
São outros os meus pensamentos.

Humanos são dor e alegria,
Amam e sabem pensar.
Poeta, é só poesia,
Só canta e se deixa levar...

Decisão, poesia incerta...
Perdoem-me a falta de jeito:
Meio humana, meio poeta,
Não canto e nem penso direito...