"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Chegou a hora de assoprar a velinha

Chegou a hora de assoprar a velinha, vamos cantar aquela musiquinha...Oba, mais um aniversário (ironia açucarônica), mais um aninho de vida, mais bolo, presentes cada vez mais "de gente grande". Sem falar naquela encheção básica e corriqueira, de gente mais velha fazendo questão de te lembrar que tu também envelheces, algumas com descarado e altíssimo nível “ofídico”, outras mais discretas (dissimuladas) e enrustidas (enrustimento, este, que desaparece gradativamente com o tempo), mais, afinal, à parte as dissimulações, o “veleno”* é o mesmo...
Tudo bem, foi exagerada a maldade de minha parte, aniversário tem seu lado bom (que compensa os outros). Amigos que não te esquecem (finge que eu não sei que o orkut mostra os próximos anívers), sorrisos, abraços, piadinhas carinhosas sobre minha maioridade, cartões (AMO CARTÕES!!!), cartinhas, e-mails, recadinhos no orkut, cachorro-quente (AMO CACHORRO-QUENTE!!!) na refreskata, de manhã e de noite (aqueles ao metro), com sorvete depois (por favor, não façam mais aquela piadinha da “perna-oca”, porque não tem mais graça). Esse ano tive direito até a “parabéns”, cantado no fundão do Santa Lúcia, na volta da UCS. Se sentir amada pelas pessoas que se ama, não tem preço (sem alusões ao comercial, please)...
Mas o melhor de tudo é repensar e rever o ano que passou, e perceber que os antigos amigos, aqueles do peito, que sempre estiveram por perto, continuam, de um jeito ou de outro. Perceber que os amigos novos, se não preenchem o espaço deixado pelos antigos (porque isso seria impossível), ao menos ocupam um novo espaço, o que nos conforta e ajuda a aceitar que a vida segue, mesmo que, muitas vezes, não seja possível rever aquelas pessoas queridas que acabam ficando pra trás, deixando aquela saudade, dolorida mas alegre pelo tempo passado juntos...Também é bom sentir que mais uma fase da vida passou, e que, se não foi plenamente vivida, ao menos deixou lições para a próxima. Não tenho medo de que o tempo passe, pois sinto que cada fase da vida tem seus encantos e aprendizados, e que não vale a pena perder um precioso tempo de aprendizados, querendo ser o que já não se é e não se pode mais ser, pois evoluímos com o tempo. É como tentar voltar a ser uma ameba, depois de milhares de anos de evolução – se bem que tem gente que, se não consegue, pelo menos chega bem perto...
Mas olha eu aqui já viajando, bem longe de onde eu saí (comecei falando de aniversário, e acabei falando de amebas – de duas pernas ou não). Melhor parar, antes que comecem a achar que eu ando fumando maconha e agora, já com idade pra ser presa, mais cuidado ainda...


* Veneno, pra quem não captou.

Um comentário:

Thiago Braga disse...

Bruna, parabéns pra ti. Vim aqui agradecer a ajuda que você me deu para que eu pudesse reformular meu blog. Não consegui fazer nada porque aquele HTML que me passou não existe no meu. Mas o importante foi a intenção. Felicidades pra ti e vá lá comentar no meu também...http://www.parergaeparaleponema.blogspot.com/
Abraço