"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O que dura neste mundo

A gente tem essa sensação de perene, de eterno. Mas somos transitórios. Vamos passar, e a grande maioria de nós, em branco. Seremos apenas fonte de novas gentes do futuro. Lembrados por nossos filhos e netos enquanto eles existirem e pensarem em nós, mas não muito além disto. A admiração é uma forma de sobrevida. Despertamos nos outros sentimentos e deixamos histórias que podem durar uma vida ou duas, mas, por fim, a maioria de nos vai virar menos que pó no mundo das memórias.

A escrita é eternidade. 

Não somos

As coisas mudam. Poucas frases sao tao certas e dotadas de um sentido tão amplo. As coisas, as pessoas, os lugares, todos mudam. Mudam com o tempo, mudam por ação de algo ou alguém, simplesmente mudam.
O tipo de mudança que habita os meus pensamentos neste instante é de pessoa por pessoa, de gente que muda por causa de outras gentes. Às vezes, não é que a pessoa mude de fato, mas o olhar do outro sobre ela é o que a torna diferente. Se o outro a vê forte ou fraca, se a vê solene ou brincalhona, às vezes, determina a mudança. Se o ambiente exige determinado comportamento e a pessoa vive em demasia naquele ambiente, ela acaba se tornando mais e mais aquela pessoa.

Ao final disto tudo, somos folhas de papel em branco, suujando e rabiscando umas àss outras e apregoando nossa pretensa orginalidade. Propensas ao ângulo do olhar do outro, incapazes de realmente nos vermos como somos: o que de nós vemos é o que de nós queremos ou achamos que temos. O que de fato somos é indefinível, mutável e vulnerável aos ambientes em que vivemos.