"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Não está mais aqui quem escreveu

Protelo, mesmo quando sei que a escrita é a única solução para um desfecho favorável para o meu dia. Protelo porque estou acostumada, protelo porque não sei como será, protelo porque sim. 
Deveria haver uma razão mais óbvia para as coisas que fazemos, para nossas atitudes, desejos e comportamento. Talvez haja e, neste caso, penso que talvez devêssemos estar mais preparados para ver o óbvio com a facilidade de quem analisa uma vida que não a sua. 
Muitas vezes, deixamos as coisas pra depois por cansaço, por comprovadamente não  gostarmos de algo, por sabermos exatamente o que acontecerá. No meu caso, costuma ser diferente: postergo porque desconheço o desfecho, o meio, os procedimentos. Deixo pra depois por medo de não saber fazer, ou de fazer de uma forma comum, sem brilho. É o maldito perfeccionismo me impedindo de existir, de viver. É a maldita auto-crítica que me habitua a perder para a dúvida, para o desconhecido. É o fato de parecer que, se não fizer, deixarei de cometer algum erro. 
O que me faz pensar que sou tão boa que não possa fazer nada que não seja perfeito? Como foi que parei sobre este pedestal da perfeição, que é tão frágil quanto falho, baseado em algumas poucas vitórias que obtive, quando a vida me empurrou para a luta? E, o mais difícil de tudo: como faço para descer?

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