"Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos..."(Freud)

quinta-feira, 8 de março de 2007

Quem sou.

Busco entender e conhecer o que vejo, as coisas que sinto, as pessoas que beijo e as razões por que minto... Se mergulho ou se água está fria, se o rio é raso ou se é muito fundo, se vivo a vida a divagar fantasias, ou se acordo e as trago a meu mundo... Se sucumbo e então desfaleço, se supero e então me refaço... não sei se penso ou se sinto, não sei se fico ou se passo... Se transcrevo o que me descreve, se me inspiro com isto e crio, se minha alma se enche e escreve, ou se a inveja me invade e copio...
Procurando voltar a ser o que sentia, a ver o que ouvia, escrever o que respirava, a sorrir como me perdia... Descobri, encontrei, cresci... e enquanto girava o mundo, ao pensar que evoluía, caí... ao imaginar como seria, perdi... ao perceber que vivia, morri...
Buscar ou desistir? Se buscar, perceber, pedir e procurar uma nova forma de encantar-se em existir... Perder horas vendo o céu refletir o mar, que está a quilômetros daqui... se buscar, dividindo somar, tudo o que de bom há em mim, e, só assim multiplicar, o que em mim é de mim tão desigual... reunir o que sou, disperso em quem sou, esquecendo o que é ter, para poder fazer com que haja o que faz valer a pena... Sentir que o vento não é só vento, que ainda sou filha da lua, escrever flores e sorrisos, tapetes macios e doces enganos... Entender o que vêem se me vêem, ou se apenas olham. errar.... e começar denovo... começar... e errar denovo... ou não. Ser clara enquanto dispersa, entendida se estiver submersa, para ser salva, denovo e denovo... Vislumbrar prazeres infindáveis, como as formas da natureza, nas próprias formas da natureza, que à minha alma, há de emprestar a beleza, que outrora, em viver residia e, que, ao acordar, encontrava. Se buscar, reaprender e decidir, assumir e escolher, entre a prosa e a poesia – metáforas de todas as decisões.
Depois de tudo, desistir? Desistir...
...é apenas passar.

Nenhum comentário: